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Foto do escritorJane Rodrigues

Danças Emergentes na Emergência - Semana 1

Atualizado: 19 de ago. de 2020

A ideia surgiu com a proposta de um plano de estudo pensada para ser desenvolvida ao longo de sete semanas na disciplina "Danças Emergentes na Emergência - Tópicos VIII" do curso de Dança-Licenciatura da Universidade Federal de Pelotas(UFPel). Buscarei ao longo deste período mesclar o trabalho de interpretação do poema "Me Gritaram Negra" de Victoria Santa Cruz a produção de um videodança. O trabalho com o poema está sendo realizado dentro do projeto de pesquisa "Janelas do Femino", do curso de Teatro(UFPel).



É louca a relação que este poema tem comigo, pois passei por uma situação semelhante. Recordo que estava na creche quando se aproximaram chamando-me de preta, assim como Victoria eu não chegava a cinco anos de idade, no dia seguinte eu não queria retornar a creche. Minha mãe que na época não tinha muita informação a respeito do que é o racismo/preconceito, e que necessitava que eu fosse a creche e levasse meu irmão caçula para que ela pudesse trabalhar, buscou me alcamar dizendo "Que nada Janete eles estão com inveja, porque você é loura dos olhos verdes".

DESCOBRIR - SE NEGRA...

Confira o vídeo abaixo da canção-poema "ME GRITARON NEGRA" da autora e compositora Victoria Santa Cruz escrita no ano de 1960.



A CANÇÃO-POEMA DE VICTORIA SANTA CRUZ


Nascida em 27 de outubro de 1922, Victoria foi poetisa, coreógrafa, figurinista e principalmente uma importante representante da arte-peruana no combate ao rascimo. Foi ela, que juntamente com seu irmão, criou o grupo teatral "Cumanana" inteiramente integrado por integrantes negras(os), isso aconteceu no ano de 1958 com o propósito de difundir as diversas vertentes da cultura afro-peruano no país. Em sua canção-poema "ME GRITARON NEGRA", Victoria realiza uma reflexão sobre sua experiência em descobrir-se negra. A canção-poema é narrada em primeira pessoa e descreve o processo de crescimento de uma menina que sofre com a intolerância daqueles que se julgam ser a supremacia racial. Ao longo do poema ela faz um percurso de construção e reconhecimento de sua identidade negra.

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