Os encontros do grupo são realizados uma vez por semana, nele conversamos sobre o processo de trabalho de cada uma e somos instingadas a realizar algumas reflexões. A Profa. Giselle lançou algumas coisas para pensarmos neste último encontro do dia 16 de julho de 2020: "Estamos nos reunindo através de uma janela virtual"; "A janela se abre para outros espaços"; "O celular é uma janela para o mundo"; "Que janela é essa que se abre do passado para o agora/um outro mundo de agora?".
Aproveito aqui para refletir um pouco sobre o desafio lançado pela Tai "Qual a sua relação com a janela virtual e a janela da sua casa" e as instigações feitas pela Profa. Giselle "A janela se abre para outros espaços" e "O celular é uma janela para o mundo".
Acredito que neste momento o celular/not tem sido ferramentas fundamentais para mantermos e criarmos relações com o mundo e a relação do mundo conosco. Pensando especificamente na janela virtual que acontece em nossos encontros, me faz crer que eu tenha e ao mesmo tempo não tenha controle sobre ela, um exemplo disso é quando eu possuo a opção de compartilhar meu áudio/imagem, só que a pessoa que está do outro lado da tela também acaba por ter essa opção. Ao mesmo tempo existe uma sensação muito estranha quando todas optam por não comparilharem sua imagem ou quando fica um silêncio total em meio a uma tela vazia, claro que não há somente situações estranhas, existem também outras. Essa janela ambém me limita, pois ela me dá algo planificado e com as dimensões padrões de uma figura geométrica.
Quando fico a frente da janela da minha casa a imagem das coisas no lado de fora mundam, embora a minha visão alcance até determinado ponto a visão não é algo planificado, acredito que esteja mais voltado por uma visão panorâmica ou periférica. Ao contrário da tela virtual eu não tenho a opção de descompartilhar a imagem e qualquer som que sair de dentro do meu corpo será ecoado, o mesmo vale para as imagens das casas, carros e rua que eu vejo e sons que escuto vindos de fora. O clima aqui nesta janela é algo que me chama atenção, pois se é um dia iluminado de sol ou um dia úmido e nublado, interfere diretamente no meu ânimo.
Aqui eu tento pensar naquilo que a Profa Gisella comentou sobre a questão da janela não ser um limite, mas sim um limear, porque o que está fora entra e o que está dentro sai, aparenta ser um diálogo não do interno com o externo? O que eu absorvo ao estar de frente a uma janela? O que eu projeto dessa absorção?
Refeltindo um pouco sobre a janela ser algo que abre para outros espaços, quando penso na sobre a janela virtual de encontro, acaba por acontecer isso, pois é o meu espaço sendo aberto em outro espaço e vice-versa. Agora saindo um pouco dessa imagem de janela e pensando que outras janelas podem existir no momento vem duas para mim, uma é o poema e os olhos.
O poema da Victória Santa Cruz vai cair bem na instigação feita pela Profa. Gisella "Que janela é essa que se abre do passado para o agora/um outro mundo de agora?. O poema é uma janela que foi aberta em 1960, transgrediu abertamente em 1994/1995 e ainda se encontra escancarado em 2020, a janela aberta por Victória ao mesmo tempo que é luta é também reafirmação do "Ser Negro" é algo antemporal, pois mesmo que tenhámos "evoluídos" em alguns aspectos, em nosso país o racismo e o preconceito é fortemente presente. Neste ano de 2020 quantas vezes você presenciou ou viu noticiado nas mídias uma atitude de racismo e preconceito? Neste ano de 2020 quantas estudantes negras tem em sua turma? Neste ano de 2020 quantas professoras e professores negros lecionam em seu curso?
Quando eu penso nos olhos observo quantas janelas diferentes existem e como essas janelas enxergam a mesma coisa e interpretam/projetam de forma distintas no mundo. Você já parou para observar os olhos das pessoas que estão a sua volta? Se ainda não fez essa experiência sugiro experimentar é algo inexplicável a observação. Você viu quantas janelas difentes? O que isso te causa?
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